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terça-feira, 1 de novembro de 2011

ROMANTISMO NA POESIA

O Romantismo é considerado por muitos estudiosos como o verdadeiro início da literatura nacional. As principais características desse período literário são o individualismo, o predomínio da imaginação e não da razão, o excesso de sentimentos e emoções.
Nessa fase foi rompido o aspecto formal do poema, desviando-se das normas e padrões do Classicismo. O Romantismo foi dividido em três gerações: a primeira era nacional ou indianista; a segunda mal-do-século; e a terceira a geração condoreira.

Quadro "Moema", de Victor Meirelles - retrata o indianismo e a identidade nacional

A primeira fase foi assinalada pela exaltação à natureza, retorno ao passado e a criação de um herói representado pelo índio. Já no segundo período romântico, muito influenciado por Lord Byron, impregnou-se o egocentrismo, negativismo e pessimismo em relação à vida.
Por fim, veio a geração condoreira ou terceira geração, caracterizada pela poesia social e libertária. Essa última fase foi muito influenciada por Victor Hugo e é chamada de condoreira porque o condor foi o símbolo adotado pelos jovens românticos.

Observe o trecho do poema A T..., de Álvares de Azevedo (segunda geração):


Ah! vem, pálida virgem, se tens pena
De quem morre por ti, e morre amando,
Dá vida em teu alento à minha vida,
Une nos lábios meus minh’alma à tua!
Eu quero ao pé de ti sentir o mundo
Na tu’alma infantil; na tua fronte
Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros
Sentir as virações do paraíso...
E a teus pés, de joelhos, crer ainda
Que não mente o amor que um anjo inspira,
Que eu posso na tu’alma ser ditoso,
Beijar-te nos cabelos soluçando
E no teu seio ser feliz morrendo!

Veja como dialoga com a canção Meu bem-querer, do cantor Djavan. No poema e na música percebemos que o homem presta uma "vassalagem amorosa" à mulher, assumindo um comportamento que se assemelha ao dos cavaleiros medievais, uma das características do período.


Meu bem querer
É segredo, é sagrado
Está sacramentado
Em meu coração
Meu bem querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção
Meu bem querer
Meu encanto, estou sofrendo tanto
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de amor
Meu bem querer
É segredo, é sagrado
Está sacramentado
Em meu coração
Meu bem querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção
Meu bem querer
Meu encanto, estou sofrendo tanto
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de amor

Por fim, não podemos falar de geração condoreira sem falar de Castro Alves. Conhecido como poeta da liberdade, tem como obra principal O Navio Negreiro. Esse tem caráter épico e retrata a situação do escravo. A luta abolicionista foi um dos ideais do autor.
Assista ao vídeo abaixo em que Paulo Autran recita o poema de Castro Alves. As imagens são do filme Amistad, dirigido por Steven Spielberg.



Um comentário:

  1. O texto acima é, evidentemente, contemporâneo. Entretanto, podem-se observar nele algumas
    características românticas. Quais?

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